quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

"O grande sonho é um novo estádio"


José Eduardo Simões deu uma longa entrevista ao jornal Ojogo onde mais uma vez fala do seu "sonho", da Academia, rejeita falar na recandidatura, e aborda casos como os de Dame ou Ze Castro:

...
P | Quais são esses sonhos?
R | Um novo estádio, mais pequeno, com certeza que é um grande sonho. Valorizar o nome da Académica, em termos escolares, educativos, sociodesportivos, colocando-o no exterior: Angola, Moçambique, Macau, Cabo Verde; e também em Portugal, fazendo uma espécie de franchising de marca em termos desportivos, com novas academias, sobretudo ligadas à componente escolar.

P | A academia que acaba de inaugurar é também uma aposta na formação?
R | A Académica tem que ter uma mística e, sobretudo, um ADN muito específico. Até agora, o recrutamento da Académica tem sido feito numa região relativamente delimitada, e não têm aparecido valores de elevado potencial. Por isso, pretendemos esta esfera de influência e ir à zona metropolitana do Porto, à de Lisboa, ao Alentejo, a zonas do interior, onde estão a aparecer jogadores, e trazê-los para cá. Já temos pessoas a trabalhar nessa prospecção a nível nacional. E também em Cabo Verde e Angola, embora aqui seja mais complicado, porque o mercado já está inflacionado.

P | Alguma vez pensou viver um mandato tão complicado?No sentido pessoal?

R |Sobretudo...
A minha vida e a das pessoas que me estão próximas foram muito afectadas. Passei e hei-de continuar a passar uma fase em que não me sinto bem, e penso que nunca mais recuperarei esse sentimento de uma pessoa plenamente convicta de que está a produzir o melhor do seu trabalho, do seu esforço, e ter o reconhecimento por isso. Estou, contudo, convencido de que nos tribunais conseguirei provar a minha inocência e que tudo o que fiz, fiz dentro da lei, sem ter cometido qualquer tipo de ilegalidade ou irregularidade ou seja lá o que for do género.


P | Fábio Felício, Zé Castro, Dame três jovens que saíram a preço zero quando se esperaria algum retorno para a Académica. Porquê?
R | O Fábio Felício fugiu. A morada que nos dera, para onde mandámos cartas registadas com os cheques dos salários, não era real. Pôde sair para o Leiria de uma forma habilidosa, que é o mínimo que se pode dizer. Serviu-nos de lição.

P | Zé Castro...
R | Um ano antes de ir para o Atlético de Madrid, fui alertado de que ele já teria um acordo; se era verbal ou escrito não sei, mas existiria. Por isso, estar a dizer que podíamos fazer isto ou aquilo, é inútil, porque não podíamos competir com o Atlético de Madrid. Aliás, vou revelar algo que explica como as pessoas podem ser incoerentes ou pouco académicas na sua actuação. A namorada de Zé Castro, que era universitária, fez o pedido para o programa Erasmos - que tem que ser feito com sete/oito meses de antecedência - para um cidade europeia e adivinhem lá que cidade escolheu? Madrid, claro. Coincidência?

P | Dame...
R | Está em tribunal, na Comissão Paritária, vai para a FIFA e o facto de ele ter saído leva-me a dizer que há um senhor chamado José Peseiro que devia ter vergonha na cara e ser mais capaz de ter uma coluna vertebral direita. Para além do próprio atleta e de inúmeras pessoas que gravitaram à volta dele. Vou também aqui revelar um facto: havia um acordo entre a Académica e outro clube e o Dame, com reuniões marcadas para negociar com esse clube, garantindo que não tinha assinado nada com o Panathinaikos, acordou salários - na ordem dos 400 mil euros líquidos por ano. Comprometeu-se, tinha tudo acertado, ia assinar por esse clube mas não o fez, porque de repente desapareceu e apareceu noutro clube.

Marcel...
P | A transferência de Marcel para o Benfica, até por estar próximo, no tempo, com o início do processo de que foi alvo, deu azo a especulações?
R | Foi tudo claro.

P | Começou por ser transferência, depois transformou-se num empréstimo e, finalmente, concretizou-se a transferência. Nas informações que vieram a público, não tão claro assim...
R | Eu esclareci isso numa entrevista que dei à SIC. O negócio foi um empréstimo com obrigação de compra no términus do empréstimo. Considerámos que era mais vantajoso para as duas partes fazer essa modalidade. Porque, entretanto, o atleta ia ambientando-se no novo clube, já que na Académica estava acabado. Tinha comunicado que na Académica nem treinar queria, o que não seria admissível. De qualquer forma, gostaria de dizer que considero negativo que tenha havido contactos com o atleta quando era ainda jogador da Académica em pleno. Contactos em Coimbra...

Nota: Caso estejam interessados em visualizar toda a entrevista, podem aceder em http://www.ojogo.pt/23-315/artigo679936.asp