domingo, 16 de setembro de 2007

Uma história

Ainda me lembro, como se fosse ontem...

Domingo, dia 25 de Abril de 2004.

A Associação Académica de Coimbra-O.A.F., então treinada por João Carlos Pereira, recebia, às 16 horas, o Futebol Clube Paços de Ferreira. O meu pai ainda era vivo e fomos os três ao futebol, nós e a minha mãe. Na altura comprávamos bilhetes para a bancada central inferior, perto dos sócios e lugares cativos, já que eles não gostavam "de ficar perto da confusão da claque...".

Por perto estavam adeptos da capital do móvel, vestidos a rigor e cheios de força de vontade para manter a sua equipa na primeira divisão. Nós também "estávamos à rasca" e precisávamos da vitória para não descermos de divisão.

Aos 34 minutos, Paulo Adriano marca golo e o estádio espalha um som ensurdecedor por toda a zona da Solum, do Calhabé, enfim, por toda a cidade. Aquele grito em conjunto, constituído por euforia, alegria e um pouco de raiva, partilhado por todos os adeptos e sócios presentes no estádio, por todos os que seguiam pelo rádio, no café, no carro ou em casa, mostrou a força da melhor equipa do mundo.

Saímos para o intervalo a vencer por uma bola a zero, mas sentia-se o receio da equipa visitante conseguir brilhar na segunda metade da partida. E aos 68 e aos 72 minutos, aconteceu o que mais se temia. Dois dos equipados de amarelo (Renato Queirós e Ricardinho, respectivamente) conseguiram que a bola invadisse a baliza de Pedro Roma. Académica 1 x 2 Paços de Ferreira mostrava o ecrã gigante do estádio, lamentavam os jornalistas desportivos das variadas rádios, festejavam os adeptos do norte, levavam as mãos à cabeça os Académicos.

Todos rezavam, todos queriam a vitória, que parecia cada vez mais distante... Faltavam apenas 5 minutos para o final e alguns adeptos do Paços abandonavam a bancada, sorrindo para mim, confiantes. 88 minutos, momento histórico! Tonel consegue o empate para a Académica, trazendo de novo a força que o Estádio já emanara nessa tarde e que a equipa em campo mais necessitava!

"A-CADÉ-MI-CA! A-CADÉ-MI-CA! A-CADÉ-MI-CA! A-CADÉ-MI-CA! ...", entoavam os adeptos! Cantava a Mancha Negra! Dois minutos depois, do nada, como se ninguém estivesse à espera, Marcelo brilha e faz o 3 x 2! Aos 90 minutos, via-se saltos, via-se alegria, via-se abraços, via-se gente a chorar por todo o estádio!

Hoje, sinto um arrepio sempre que me lembro desse dia, dessa tarde, desse momento no Estádio Cidade de Coimbra. Foi aí que se fortaleceu uma paixão por aquela Instituição, a mais bela do Mundo. E hoje, peço a todos os Deuses, para que se repitam momentos destes:


VIVA A ACADÉMICA!

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