quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Rui Silva *analisa Infesta-1 Académica-0 (Juniores)


“Injusto. Muito injusto".

É o que se pode dizer do que aconteceu Sábado passado em Infesta. Aconteceu… futebol. O jogo iniciou-se a um ritmo estonteante, com a nossa equipa a tentar – e a conseguir – chegar rapidamente à baliza do Infesta, e com o adversário a responder em contra-ataque, através de um futebol muito directo. Mas esta situação, por parte do nosso adversário, aconteceu apenas durante cerca de 10/15 minutos, pois a partir daí a resposta do Infesta foi muito ténue, dado o grande domínio de jogo que possuíamos. Mesmo com um campo estreito e com o adversário muito fechado cá atrás (2 laterais, 3 centrais, 2 trincos e 1 médio central, a quem se juntava sempre 1 dos 2 alas – o Infesta jogou sem ponta-de-lança...) conseguimos explanar o nosso futebol - umas vezes apoiado, mais rápido ou mais elaborado, outras mais directo e com excelentes variações de flanco, sempre com grande variedade de soluções ofensivas, jogado ora por dentro ora explorando as laterais – e conseguimos criar algumas situações de finalização que… não conseguimos finalizar. Mas só havia uma equipa a jogar futebol e a querer ganhar o jogo, a nossa. Jogávamos bem, muito bem, mas não conseguíamos traduzir em golos (nem um…) a nossa superioridade.

Na 2ª parte, mais do mesmo! Embora agora com um domínio que se pode considerar avassalador, em que o Infesta defendeu, defendeu, defendeu… e poucas vezes atacou. E com perigo, nunca. Fizemos as substituições que entendemos adequadas e que, no meu ponto de vista, surtiram efeito, pois continuámos a criar muitas oportunidades de golo mas… maldita finalização! No 5º minuto dos 4 (!) de descontos, com a nossa equipa toda na área adversária à procura da vitória, o balde de água fria: o guarda-redes bateu para a frente e um adversário, do meio do meio campo, tentou a sorte e… golo do Infesta. Muito, mas muito injusto.

Houve três erros graves do trio de arbitragem que poderiam ter mudado a história do jogo, já na 2ª parte: uma grande penalidade por carga nas costas do Traquina, quando este estava a dominar a bola no peito, no ar; e dois foras-de-jogo claramente inexistentes – um ao Pedro Ribeiro e outro ao Hugo Seco – com os jogadores a conduzirem a bola, isolados, para a baliza. Refiro estes dois lances, apenas, porque eles aconteceram e poderiam ter mudado a história do jogo. Mas tínhamos obrigação de não ter, sequer, precisado das referidas situações, tal a diferença entre as duas equipas, entre o futebol praticado e as ocasiões de golo criadas por nós! Foi, curiosamente, em termos de exibição colectiva e de futebol praticado, um dos nossos melhores jogos esta época. É assim o futebol…

De referir ainda uma situação que vem sendo, infelizmente, cada vez mais habitual no nosso futebol, e que urge “combater”: nos últimos minutos, sempre que atacávamos, um jogador adversário deixava-se cair a gritar com “dores”, com os colegas e público a pedir para a bola ser colocada fora do campo. E os nossos miúdos faziam-no. Aconteceu cinco a seis vezes, que me lembre! Isto é que é o fair-play, colocar a bola fora para serem assistidos jogadores que não têm nada e que caem sozinhos? Fair-play é, essencialmente, não utilizar estas artimanhas para empatar tempo…

Quanto aos jogadores, nada a apontar. Ou antes, de referir a grande qualidade de jogo, e a grande classe, entrega e atitude postos na procura da vitória. Deram tudo pela Académica, deram tudo pela vitória, mas era daqueles jogos em que poderíamos estar a jogar mais uma ou duas horas que a bola não entraria…

Estão, pois, de parabéns! E sei que, assim, vamos continuar a lutar pela Fase Final, apesar do 2º lugar estar agora a 9 pontos. Mas não vamos baixar os braços, nem desistir. Enquanto for matematicamente possível o apuramento, contem com estes jogadores para lutar por ele. As lágrimas de muitos no final do jogo garantem-nos isso…”