sexta-feira, 24 de novembro de 2006

A propósito da lesão de Hélder Barbosa

Como já afirmei em post's anteriores, a lesão de Hélder Barbosa foi, para quem viu, de arrepiar.
Estavam precisamente 26 pessoas a ver o treino, entre os quais três que podem, porque têm meios para isso, informar a opinião pública (neste caso a opinião pública Académica). Os meus amigos Tiago Almeida (Record) e Ricardo Sousa (DC). E eu próprio.

Qualquer um deles pode testemunhar o que dizíamos entre nós. " Isto não é nada. O campo está de tal forma impraticável, que daqui a pouco ainda alguém se aleija".
Assim mesmo!!!
Testemunho perante todos os Académicos, que o árbitro falou com os bancos das duas equipas a sugerir que o jogo acabasse. Iria fazê-lo mais minuto menos minuto. Por azar a lesão de Hélder aconteceu.
Acabou imediatamente o jogo.
Primeiro, Morgado, jogador do Pampilhosa não se portou bem, pois a sua entrada foi demasiado dura, algo que não se justificava por razões óbvias. O campo estar completamente alagado e ser um jogo de treino que estava a ser totalmente controlado pela Académica.
Depois foi o próprio Hélder que não se apercebeu da lesão. Caiu, fez as caras que todos os jogadores costumam fazer nestas situações, e só depois de olhar para o joelho desatou aos gritos a dizer que estava partido. Logo de seguida os seus colegas e adversários puseram as mãos à cabeça, ao olharem para um cenário Dantesco, em que a perna ficou, sem coordenação, de tal forma estava a rotula.
Tozé, meu amigo que estava em campo a defender as cores do Pampilhosa, disse-me imediatamente que Hélder tinha uma lesão gravíssima. Chegou a dizer-me que o "joelho estava ao contrário". Enervados, entre amigos, subiu-nos à cabeça algo que há muito não estava habituado. A sofrer sem que pudesse ser útil, ao ouvir os gritos de dor do atleta. As lágrimas chegaram-me aos olhos, ao ver alguém que horas antes me tinha estado a assinar uma camisola da Académica cheio de boa disposição, e confiança na equipa.

Fácil será arranjar culpados para tentar perceber o que se passou, Se Morgado não fica bem na fotografia - nada bem mesmo- não creio que tivesse o calculismo suficiente para atirar o jovem jogador da Briosa para o "estaleiro".
A haver culpados , que se culpem mutuamente os dois treinadores das equipas ao deixarem que este pseu-jogo continuasse. A Bola, acreditem, não rolava mais de um metro. Zonas haviam, em que nem sequer isso andavam. Era nessa altura que os treinadores, que já jogavam a 2ª parte, com um temporal ainda mais insistente do que na 1ª parte, deviam dar o jogo por terminado, como o Sr. àrbitro sugeriu. Não o quiseram. Ganharam uma perda imensa que pode constituir um obstáculo à carreira da Académica e principalmente à do Homem Hélder Barbosa. Ninguém põe em causa este tipo de jogos-treinos, a não ser que ponha em risco de físico ou até de vida os atletas. Foi o que aconteceu hoje, lamentavelmente. E para já, só podemos desejar as melhoras do Hélder, e que todos os seus colegas sintam a necessidade de o apoiar oferecendo-lhe viórias, e jogos de encantar, como ele tão bem sabe fazer.
É isso. Transformar um acidente numa típica atitude que ainda vai correndo em Coimbra que se chama solidariedade.
Assim, para a próxima, tenha-se em conta o estado do relvado e a mais valia de jogar com estas equipas, e o cuidado em expôr jogadores importantes em lutas muitas vezes desiguais, que podem ter consequências destas.