quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Lobo em pele de cordeiro...*



Finalmente está agendada a Assembleia-Geral da AAC/OAF.

Uma Assembleia que urge realizar, não obstante estarem já transcorridos e ultrapassados pela negligência e pelo laxismo directivo (lamento mas não me ocorrem adjectivos mais simpáticos), todos os prazos estatutariamente definidos para efeitos de apresentação do Orçamento para o presente ano e do Relatório e Contas correspondente ao ano transacto.

Ora, apesar de tal realidade, a reunião magna, que ao que parece terá lugar no dia 30 de Novembro, não deixa porém de constituir uma boa oportunidade para que a Direcção explique aos associados a forma como vem gerindo a instituição e justifique as medidas tomadas, como democraticamente é exigido a quem é eleito e cumpre o respectivo mandato, no momento de prestar contas ao universo dos seus eleitores.

Claro que sabemos da pouca apetência do Sr. Engenheiro José Eduardo Simões para esclarecer determinadas matérias, podendo dar-se como exemplos a contratação de mais de seis dezenas e meia de jogadores desde 2003 para cá, os contornos e valores da venda do jogador Marcel ao Benfica, as sistemáticas saídas por alegados «problemas pessoais» de vários atletas, (sem que a Briosa seja ressarcida do investimento financeiro neles efectuado), ou a demora nas obras do Bolão, cuja conclusão foi pela primeira vez prometida (por um elenco de que o actual presidente fazia parte), para o início de Janeiro do ano de 2004 (…).

Obviamente que sabemos também que, regra geral, as Assembleias correm bem aos Corpos Sociais das instituições onde têm lugar, salvo em situações de completa excepcionalidade, o que nas circunstâncias actuais não parece previsível que ocorra.

Seja como for sempre será curioso verificar em quanto é que o passivo aumentou desta feita, ou que verbas estão inscritas nas rubricas correspondentes às transacções de atletas…

Curioso será também olhar a mesa do Conselho Fiscal e ter então a percepção de quem a ele presidirá na Assembleia-Geral, se é que o órgão aparece e atendendo ao facto de que a sua ausência não seria «caso virgem»…

Mas há uma coisa que atravessa transversalmente todas estas questões e todas estas curiosidades, por se ter tornado recorrente nas reuniões anteriormente realizadas: a Direcção e em particular o Sr. Presidente lidam com a crítica de uma maneira pouco elegante e demasiado crispada, trabalham e moldam a informação como instrumento de propaganda, confrontam com agressividade e tentam silenciar pelos meios disponíveis – mesmo que por interposta pessoa – os associados que legitimamente vêm às Assembleias expressar os seus pontos de vista de forma livre, democrática, sempre que estes são críticos ou que as suas palavras são desfavoráveis às posições oficiais do «establishment».

Ora é justamente isto que espero que não aconteça na próxima AG da Briosa!

Espero que a direcção responda, esclareça, informe, clarifique, independentemente da dureza e da incomodidade das críticas que lhe forem dirigidas e sem prejuízo do igualmente legítimo direito a defender-se, aduzindo argumentos que sustentem as suas políticas e as suas medidas.

É assim que deve ser em democracia! Na Académica, por maioria de razão, é assim que deve ser e ponto final!

Julgo pois que é altura do Engenheiro José Eduardo Simões entender isso mesmo até porque, como diz o povo na sua inigualável sapiência empírica, «quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele»…

E afinal de contas, ser interrogado pelos sócios da Briosa, sempre se afigura menos incómodo do que sê-lo noutras sedes e por outras razões, que não cumpe agora chamar à colação...

Para depois não dizerem que sou mauzinho...

posted by Fernando Pompeu at 7:48 AM


* Retirado com autorização do autor do blog "Briosa:sem comentários" do Dr. Fernando Pompeu